Na esteira por onde passa a valorização do mercado imobiliário do Rio de Janeiro, alguns fatores foram fundamentais para que o setor chegasse no elevado patamar onde se encontra. Dentre eles, podemos citar os grandes investimentos em infraestrutura no Rio e Grande Rio, uma nova política de segurança pública e o legado que os grandes eventos trouxeram para a cidade.
Através desses agentes, a Zona Oeste alcançou excelente destaque para o mercado de imóveis. Bairros tradicionais que antes viviam em estado de esquecimento, violência contínua e degradação, foram revitalizados, não só no quesito da urbanização em si, mas também no sentimento de quem é morador e na visão da sociedade. Além disso, localidades que já vinham em forte crescimento, ganharam mais fôlego e agora caminham a passos firmes na direção de maior valorização.
Não há como negar. A zona oeste é, hoje, a maior responsável pelo crescimento do setor imobiliário carioca. Formada por bairros em pleno desenvolvimento urbano e com terrenos disponíveis para a construção civil, a antes isolada região, se tornou a mais nova queridinha do mercado de imóveis na capital fluminense.
Para se ter uma ideia da representatividade do local, segundo dados da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário (Ademi), mais de 60% das unidades habitacionais se concentra na região: Jacarepaguá (3.254), Recreio (2.361), Barra da Tijuca (1.342) e Campo Grande (722).
A escolha do Rio para sediar as Olimpíadas de 2016 foi fundamental na valorização imobiliária dessa região. Isso impulsionou os investimentos públicos e privados em mobilidade urbana, construção civil e entretenimento. O complexo Barra-Recreio-Jacarepaguá, que foi o foco das atenções nas competições olímpicas, registrou uma forte procura por terrenos para construção e grande valorização dos imóveis.
“As construtoras estão ávidas por terrenos nessa área. A procura aumentou em 50% desde 2009. E o valor dos imóveis registra uma valorização de 25% ao ano” – comenta o representante do Creci-RJ na Barra da Tijuca, Carlos Alberto Macedo.
A Transcarioca, corredor rodoviário que liga a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional do Galeão, e a linha quatro do metrô, estão funcionando a todo vapor e é mais uma opção de transporte de massa para uma área que a cada dia cresce mais.
A expansão do metrô facilitou o trajeto da Barra à Zonal Sul e ao Centro da cidade. Quem evitava a localidade pelos engarrafamentos constantes, agora tem mais tranquilidade no deslocamento.
Já Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz são as novas apostas do mercado imobiliário. A abertura do túnel da Grota Funda, que ligou esses bairros à Barra da Tijuca, criou uma nova fronteira na região. Através da Transoeste, corredor rodoviário expresso que passa pelo túnel e tem mais de 56 km de extensão, a localidade se tornou mais acessível, urbanizada e conectada com o importante centro empresarial que em se tornado a Barra.
O transporte realizado via BRTs (Bus Rapid Transport) diminuiu o tempo de viagem pela metade entre um ponto e outro. Esse fator atraiu os olhares de grandes construtoras que agora visualizaram boas perspectivas para o mercado imobiliário da região.
Hoje, um apartamento dois quartos em Campo Grande não sai por menos de R$ 250 mil. Quando foi inaugurada a Transoeste, o valor dos imóveis no bairro subiu cerca de 20%. Em Santa Cruz e Guaratiba, o mesmo acontece.
Bairros tradicionais da região também tem experimentado esse bom momento do setor imobiliário, como é o caso de Bangu e Realengo. “O mercado de imóveis em Bangu tem valorizado cerca de 20%. Já em Realengo, o percentual chega aos 10% no último ano” – ressalta Herrera.
Aliado aos fatores de investimento em mobilidade urbana, o crescimento exponencial da Classe "C" faz com que a imigração que acontecia da zona oeste para bairros da zona norte e sul diminua, transformando a região num lugar com poder aquisitivo maior.