O mercado imobiliário tem recebido de forma positiva os anúncios de redução da taxa básica de juros da economia brasileira. A Selic caiu pela quarta vez seguida com o corte de 0,75 ponto percentual aprovado pelo Copom no dia 22 de fevereiro, ficando em 12,25% ao ano. Esse é o menor patamar desde o início de 2015.O mercado já apontava chance de 100% da Selic ser reduzida em abril e depois de reuniões realizadas, recentemente, com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, especialistas apostam em um corte de 1,25% já na próxima reunião do Copom agendada para 12 de abril. Com juros menores, os financiamentos bancários ficam mais acessíveis, aumentando o poder de compra dos consumidores e a capitalização das empresas do setor imobiliário para apostarem em novos lançamentos.
O professor Adriel Branco, sócio da XVI Finance, explica que a redução da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, pode afetar o mercado imobiliário em diversas frentes. “O mais direto é o efeito da diminuição do custo dos empréstimos para a população. A taxa Selic serve como referência para as diversas taxas de juros praticadas no mercado, e assim sua diminuição reflete na queda das taxas praticadas em diversos instrumentos financeiros (tais como os empréstimos às pessoas físicas), estimulando o consumo e os investimentos na compra de imóveis, uma vez que os juros pagos serão menores”, detalha o consultor.
A diminuição dos juros também pode impulsionar o lançamento de empreendimentos imobiliários a um custo mais acessível às empresas do ramo. “Como tais empreendimentos geralmente envolvem um grande montante de capital, é comum a captação de recursos através de empréstimos à produção e/ou a fundos de investimento que pagam juros a seus detentores. Assim, a queda dos juros pode viabilizar novos projetos no setor, ao passo em que diminui o custo de captação das empresas. Adicionalmente, tal benefício pode ser repassado ao consumidor final por meio de melhores condições de pagamento, aquecendo o lado da demanda”, avalia Adriel Branco.
É justamente essa expectativa da retomada do poder de compra do consumidor que deixa otimista o setor imobiliário e os empresários do segmento. Otair Guimarães, diretor comercial da Leste Realty não tem dúvidas na volta do apetite do consumidor por bons produtos. “Com a crise que enfrentamos, o cliente ficou muito mais exigente e sabe muito bem o que quer e como comprar. Quem tem produtos inteligentes no mercado sai na frente na hora de atrair esse cliente”, afirma Guimarães.