A linha de crédito imobiliário Pró-Cotista, que foi suspensa neste mês por falta de recursos, deverá receber um reforço de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões adicionais.
A proposta depende de aprovação do conselho curador do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que se reúne em julho, mas a avaliação da equipe econômica é que o montante adicional será aprovado.
Segundo a apurou, os recursos serão remanejados do orçamento do fundo destinado a saneamento básico e infraestrutura urbana.
As duas áreas têm, respectivamente, R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões previstos pelo fundo para 2017, mas até agora executaram somente entre 10% e 15% desse total.
Nos últimos anos, o limite de endividamento de Estados e municípios, que estão em delicada situação financeira, não vem permitindo mais contratações desses recursos.
A Pró-Cotista tem tido muita procura nos últimos anos por causa da escassez de recursos de fontes com taxas de juros equivalentes, como a caderneta de poupança. Isso fez a participação da linha no total de financiamento imobiliário, que era de apenas 1% em 2014, saltar para 13% até junho deste ano.
Apesar da procura pela Pró-Cotista, o financiamento imobiliário como um todo ainda não se recuperou, segundo o Banco Central. Entre janeiro e abril deste ano, foram concedidos R$ 25,2 bilhões em crédito imobiliário, mesmo montante das novas concessões no mesmo período de 2016.
O orçamento inicial de 2017 para a Pró-Cotista era de R$ 5 bilhões, montante aprovado em outubro de 2016. Em maio, como esse valor já estava contratado ou em fase de análise, a Caixa parou de
aceitar propostas pela primeira vez. Para reativar a linha, o Ministério das Cidades remanejou recursos que eram direcionados para a faixa de renda mais alta do Minha Casa, Minha Vida. Os R$ 2,5 bilhões adicionais já foram comprometidos com empréstimos e, por isso, a linha voltou a ser interrompida.
QUEM PODE USAR
A Pró-Cotista é a linha mais barata depois do Minha Casa, Minha Vida, com taxas de juros que variam de 7,85% (para clientes que tenham débito em conta ou conta-salário) a 8,85% ao ano.
A linha só pode ser acessada por trabalhadores com pelo menos três anos de vínculo com o fundo. Os beneficiados precisam estar trabalhando ou ter saldo na conta do FGTS equivalente a pelo menos 10% do valor do imóvel. Não há limite de renda.